Materiais para trabalhar a educação quilombola e antirracistaColeções e bibliotecas disponíveis on-line reúnem produções acadêmicas, material audiovisual e palestras para fortalecer uma educação para a igualdade racial Por Stephanie Kim Abe A educação escolar quilombola é uma das modalidades de ensino previstas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB – Lei 9.394/1996). De acordo com a Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica, ela é definida como a educação: Apesar de prevista também em outros aparatos legais, como o Plano Nacional de Educação (PNE), as leis 10.639/2003 (obrigatoriedade da inclusão da história e cultura afro-brasileira no currículo da educação básica) e Lei 11.645/2008 (obrigatoriedade do ensino sobre a história e culturas afro-brasileiras e indígenas na educação básica) e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola (2012), ainda precisamos caminhar muito para garantir a oferta e a qualidade da educação escolar quilombola.
Saiba mais sobre o histórico da inclusão e das diversidades na educação
Felizmente, no último ano surgiram algumas iniciativas que buscam apoiar e fortalecer as redes de ensino, as escolas e as(os) profissionais de educação nesse sentido. É o caso da Coleção Educação Quilombola, fruto da colaboração entre o Instituto Unibanco, a Ação Educativa e o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade Federal do Maranhão (NEAB/UFMA). O material reúne produções acadêmicas e material audiovisual que tratam da temática, como um artigo que analisa a construção da proposta pedagógica para a parte diversificada do currículo das escolas quilombolas da rede municipal da cidade de Bequimão/MA e outro que trata dos diálogos entre o jongo – prática cultural afro-brasileira – e a Educação Escolar Quilombola na comunidade quilombola Santa Rita do Bracuí, em Angra dos Reis/RJ. Há ainda legislações, relatórios, matérias jornalísticas, teses e dissertações.
Potencial transformadorEm artigo para a Folha de S. Paulo em maio de 2022, a doutora em psicologia pela USP e conselheira do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT) Cida Bento ressalta o potencial da educação quilombola para todos e todas:
Foto: acervo pessoal
O CEERT lançou, este ano, a plataforma ANANSI – Observatório da Equidade Racial na Educação Básica, um dispositivo tecnológico que tem como objetivo monitorar e sistematizar informações sobre o cumprimento das Leis 10.639 e 11.645 por meio de diferentes eixos: indicadores, advocacy, biblioteca, projetos e materiais, tecnologia de gestão e formação e comunicação e debate. Na Biblioteca Dinâmica, estão disponibilizados vídeos de lives e encontros on-line realizados dentro do projeto com diferentes especialistas e abordagens, e também livros e textos que podem ser úteis para a comunidade escolar. Entre eles, há o Catálogo de Jogos e Brincadeiras Africanas e Afro-brasileiras, contemplado pelo Edital Equidade Racial do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT) em 2020 e que contou com a participação de estudantes de sete países (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique e São Tomé e Príncipe).
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