Estudantes brasileiros recebem prêmios nos Estados UnidosA educação profissional brasileira garantiu lugar de destaque no pódio da maior feira de ciências e engenharia dos Estados Unidos voltada a pré-universitários, a Intel International Science and Engineering Fair (Intel ISEF) 2017. Em dois dias de evento, foram distribuídos cinco prêmios e três menções honrosas, com destaque para o segundo lugar da categoria Biomedical Engineering, alcançado pelo aluno do Instituto Federal do Mato Grosso do Sul (IFMS), Luiz Fernando da Silva Borges. Formado no curso técnico integrado em informática, Luiz Fernando apresentou o dispositivo Hermes Brain Deck, capaz de realizar a leitura da atividade cerebral e identificar pacientes que foram erroneamente classificados como em estado vegetativo, por não poderem movimentar qualquer músculo, apesar de plenamente conscientes. Luiz Fernando explica que o computador confeccionado é do tamanho e formato de uma maleta, que contém uma unidade de processamento e um leitor das ondas cerebrais que consegue transmitir o pensamento dos pacientes analisados. “O dispositivo conta com um equipamento de eletroencefalograma, que é como se fossem antenas postas sobre a cabeça do paciente, sem necessidade de intervenção interna. Pede-se para a pessoa imaginar algumas coisas e se ela estiver escutando, o computador consegue traduzir em palavras, em ‘sim’ e ‘não’”, disse. O estudante explica que o diferencial do Hermes Brain Deck é a possibilidade de que os pacientes soletrem palavras. “O que é 100% inédito é que elas seriam capazes de, apenas imaginando, soletrar palavras. E isso sem uso da visão”. O projeto que competiu no Intel ISEF 2017 – com o título de Interface cérebro-computador de loop fechado hospedada em sistema de computação distribuída para comunicação com pessoas inicialmente classificadas em estado vegetativo ou coma – foi produzido em seis meses. Luiz Fernando contou com o conhecimento adquirido no IFMS e teve o apoio da iniciativa privada, que patrocinou a compra de equipamentos. “Eu terminei o curso técnico integrado em informática e os conhecimentos necessários para fazer a programação eu consegui no instituto federal. Conto com a ajuda do orientador, que tem uma base de neurociência”, complementou. O Hermes Brain Deck ainda não foi testado em pessoas em estado vegetativo, mas o jovem, hoje com 18 anos, firmou parceria com instituições de saúde para levar o projeto adiante e pretende avançar para os testes dentro dos próximos meses. Também foram premiados dois projetos do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), orientados pela professora Flávia Santos Twardowski. Na categoria Plant Sciences, a aluna Maria Eduarda Santos de Almeida foi quarto lugar com o trabalho BioPatriam: preservação da biodiversidade através de plantas nativas brasileiras. Já na categoria Environmental Engineering, o quarto lugar foi do projeto Transformação dos resíduos agroindustriais do maracujá em filmes plásticos biodegradáveis, da aluna Juliana Davoglio Estradioto. “Participar da Intel já é um grande prêmio e ter os trabalhos reconhecidos é quase impossível de mensurar. Esta premiação só vem a consagrar o trabalho realizado dentro dos institutos federais, com os recursos do governo federal que incentiva trabalhos deste tipo serem feitos”, destacou a professora. A Intel ISEF é realizada anualmente, desde 1950, e reúne mais de 50 nações. No Brasil, a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) é a responsável pela seleção dos projetos da delegação que representa o país no evento. Apenas estudantes com até 19 anos podem concorrer à viagem. Neste ano, o evento ocorreu em Los Angeles, Califórnia, entre os dias 15 e 19 de maio, e teve a participação de 1,8 mil estudantes de 78 países. O Ministério da Educação patrocinou a ida dos professores orientadores, por meio da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec). Durante a feira, participaram de palestras e outras atividades com renomados cientistas, alguns deles ganhadores de Prêmios Nobel. Assessoria de Comunicação Social |